Oi, pessoas! Depois de um longo inverno, ó eu aqui traveiz. :-)
Nenhuma novidade no processo do Au pair. No momento, só curtindo o colinho da mamãe, as visitas aos velhos amigos e correndo atrás de pequenas coisinhas como compra de calças de moletom e contas bancárias. Aquele tipo de coisa básica que fica pra última hora.
E como não tem nada de novo e o negócio agora é só esperar a data do embarque, aí vai um texto ótimo em comemoração ao dia do revisor. Deixa eu explicar: a futura Au pair aqui trabalha há uns 3 anos como revisora e preparadora de textos. Sim, eu sou aquela chata que aponta os erros nos textos dos outros, tenta melhorar a escrita de quem escreve mal e achar chifre em cabeça de cavalo, ou seja, erro no texto de quem escreve bem. Hohoho. Essa é a profissão que escolhi, que me escolheu e que eu simplesmente ADORO – e que pretendo exercer junto à função de tradutora quando eu voltar dos States com o inglês tinindo.
Agora, chega de enrolação, né? Ao texto!
Quem mexeu no meu texto?!
Gabriel Perissé
No dia 28 de março comemoramos o Dia do Revisor.
Tal como o goleiro no futebol, o revisor, na editora, é aquele que evita o pior (o gol adversário, o erro de digitação, a escorregada gramatical, a incoerência que ninguém percebeu etc.).
No entanto, é também o revisor quem mais sofre com as derrotas de um texto. Ele é o último homem (ou a última mulher) a ler o livro antes da fase de impressão gráfica, quando não há retorno...
Monteiro Lobato dizia que a tarefa do revisor era das mais ingratas. Que o erro ou a falha se escondiam durante o processo de confecção do livro para, depois de tudo pronto, aparecer na primeira página aberta, como um saci danado, pulando, debochando do revisor.
O revisor é um caçador de distrações. Uma de suas maiores alegrias (em que há uma pitada de vaidade) é encontrar deslizes do autor, perceber as gralhas que ninguém viu antes, corrigir detalhes que iam passar despercebidos.
O revisor revisa com amor.
O revisor sai de manhã, caneta em punho, em busca de verbos mal conjugados e vírgulas fugitivas.
O revisor revisa com dor.
O revisor chega em casa, à noite, com o coração cheio de parágrafos amputados e tópicos frasais remendados.
O revisor revisa com ardor.
O revisor enfrenta moinhos de vento que de fato moem o vento de palavras que o vento não leva.
Madrugadas insones, manhãs e tardes quentes, noites chuvosas, o revisor vai pulando as linhas e entrelinhas do texto em busca das ciladas armadas sabe Deus por quem.
O revisor entrega o seu trabalho bem suado e abençoado. Recebe as moedas de prata que são, na verdade, moedas de ouro. Recolhe seus instrumentos de caça, enxuga o rosto, sorri. Sabendo que o autor poderá reclamar de suas intervenções, que poderá referir-se ao revisor, gritando: quem mexeu no meu texto?!
O mérito da frase perfeita é do autor.
O crime do erro cometido será do revisor.
O revisor, porém, não se considera um injustiçado. O revisor vitimista abandonou a profissão no primeiro dia. O verdadeiro revisor, como o goleiro no futebol, sabe que nasceu para ficar ali, na pior posição de todas, para agarrar centenas de bolas difíceis e, talvez, deixar passar a mais fácil de todas.
Oços do ofíssio.
sexta-feira, 28 de março de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
Das antigas...
Como as notícias estão num ritmo meio devagar e eu não quero deixar o blog criando mato, lá vai um post cheio de teia de aranha. :-D Há muito tempo atrás, numa galáxia muuuito distante, eu tinha uma coluna semanal num jornal de Maringá-PR. E aí vai uma das pérolas...
Hoje em dia, me tornei um veículo bastante democrático. Fico orgulhoso em ter servido de meio para os escritos de Shakespeare, Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Por minha causa, grandes gênios puderam eternizar seus pensamentos e sua imaginação para a humanidade, assim como teóricos deixaram ensinamentos aos futuros aprendizes.
Por outro lado, nas minhas páginas também imprimiram as confissões de Márcia Goldschmidt e Pedro de Lara. Vivem criticando meus companheiros que propagam idéias de auto-ajuda e dicas preciosas como “Se você não tem bunda, use laços no cabelo”. Tenham paciência com meus colegas, gente. Eles podem ser a primeira oportunidade que tantas pessoas têm de entrar em contato conosco – mas torço para que esses leitores logo se liguem da existência de nossos amigos mais nobres.
Fico orgulhoso quando olhos infantis pousam sobre mim. Encanto os pequenos com histórias de quem mostra que a graça de ser criança é ter imaginação de sobra, como bem fizeram Monteiro Lobato e Ziraldo. Na estante dos meus exemplares infantis, não recebo visitas apenas dos pequenos: vez ou outra, minhas páginas são molhadas por tímidas lágrimas caídas do rosto de algum adulto nostálgico.
Muitos me culpam de ser chato, dar sono, e por vezes me usam como sonífero, mesmo. Não os culpo, afinal, não sou eu quem escolhe o que vai ser impresso em mim. Mas nada me dá mais alegria do que ver o monte de páginas se acomodar na mão esquerda, deixando o da mão direita bem fininho, sinal do fim da leitura. Como gosto daqueles leitores que nem ousam olhar para os lados, tamanha a vontade de descobrir o que está impresso em meus trechos finais.
Vivem dizendo que a minha extinção está próxima, que a internet vai tomar conta de tudo, que eu vou é virar peça de museu. Eu, contudo, acredito naqueles que não têm preguiça de divulgar os meus milhares de nomes por aí, seja em bibliotecas, sebos ou me dando de presente aos amigos. Sou tão importante que ganhei até um dia especial, sabiam? Marquem aí no calendário, para comemorar no próximo mês: 23 de abril, Dia Internacional do Livro.
De capa, páginas e alma
Hoje em dia, me tornei um veículo bastante democrático. Fico orgulhoso em ter servido de meio para os escritos de Shakespeare, Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Por minha causa, grandes gênios puderam eternizar seus pensamentos e sua imaginação para a humanidade, assim como teóricos deixaram ensinamentos aos futuros aprendizes.
Por outro lado, nas minhas páginas também imprimiram as confissões de Márcia Goldschmidt e Pedro de Lara. Vivem criticando meus companheiros que propagam idéias de auto-ajuda e dicas preciosas como “Se você não tem bunda, use laços no cabelo”. Tenham paciência com meus colegas, gente. Eles podem ser a primeira oportunidade que tantas pessoas têm de entrar em contato conosco – mas torço para que esses leitores logo se liguem da existência de nossos amigos mais nobres.
Fico orgulhoso quando olhos infantis pousam sobre mim. Encanto os pequenos com histórias de quem mostra que a graça de ser criança é ter imaginação de sobra, como bem fizeram Monteiro Lobato e Ziraldo. Na estante dos meus exemplares infantis, não recebo visitas apenas dos pequenos: vez ou outra, minhas páginas são molhadas por tímidas lágrimas caídas do rosto de algum adulto nostálgico.
Muitos me culpam de ser chato, dar sono, e por vezes me usam como sonífero, mesmo. Não os culpo, afinal, não sou eu quem escolhe o que vai ser impresso em mim. Mas nada me dá mais alegria do que ver o monte de páginas se acomodar na mão esquerda, deixando o da mão direita bem fininho, sinal do fim da leitura. Como gosto daqueles leitores que nem ousam olhar para os lados, tamanha a vontade de descobrir o que está impresso em meus trechos finais.
Vivem dizendo que a minha extinção está próxima, que a internet vai tomar conta de tudo, que eu vou é virar peça de museu. Eu, contudo, acredito naqueles que não têm preguiça de divulgar os meus milhares de nomes por aí, seja em bibliotecas, sebos ou me dando de presente aos amigos. Sou tão importante que ganhei até um dia especial, sabiam? Marquem aí no calendário, para comemorar no próximo mês: 23 de abril, Dia Internacional do Livro.
quarta-feira, 12 de março de 2008
O dilema musical de uma Au Pair
Depois de conseguir o visto, tirei um peso de 200kg das minhas costas, putz! Agora, o negócio é esperar o embarque (que vai ser em abril), fazer vááárias despedidas – a do trabalho foi ontem – e arrumar as malas. E, nesse intervalo, falar com a host family e manter o contato.
Falando nisso, esta semana recebi um pacote da minha family. Fooooofo até dizer chega. :-) As crianças fizeram um álbum-livro chamado "All about me", com cartinhas escritas por eles, fotos, fotos e mais fotos. Um cartão mto bonitinho dos parents e um CD que a Lisa fez com as músicas que as kids gostam. E aí, vcs sabem, né: quando vc é uma criança de 6, 7 anos, não tem um gosto musical lá muito bem definido (e que faça vc se orgulhar anos depois). Daí o CD ser tomado por canções do High School Musical, Hannah Montana, Jonas Brothers, ou seja, os ídolos-teen-Disney do momento. E olha, vou contar pra vcs: de tão apaixonada que eu fiquei por essas crianças, eu, que tenho no meu olimpo musical só classicões do Rock, agora ando pra lá e pra cá com esse CD de pop grudento com um sorrisão no rosto. Futura Au pair é besta, mesmo. :-D
O bom é que o Adam (o host) já disse que as crianças tb gostam de rock, o que me deixou mais tranqüila pra fazer a minha "catequese" musical (e se as kids ainda não viram "Escola do Rock", comigo vão assistir, sim. Com a tia Mari, esse filme vai ser obrigatório!). Já que a Jules me perguntou se eu gosto de cantar e dançar, eu posso fazer a farra que for com High School Musical e Hanna Montana (e eu já ando até aprendendo algumas músicas – minha preferida é "Year 3000", do Jonas Brothers, hehehe), mas tb vou gravar um CD com alguns clássicos animadinhos de rockabilly, do Ramones e do Stray Cats. Se eles gostarem e mexerem as bundinhas branquelas com as músicas que eu levar, meu coração vai inflar de orgulho!
E vamo que vamo!
Punks de dentes podres de um lado, patricinhas e mauricinhos Disney Channel de outro. É quase igual, gente!
segunda-feira, 10 de março de 2008
Hasta lo visto, baby!
Depois de 4 horas de espera, calor praaaa caramba, comentários inconvenientes e sapato apertando o pé, ouvi a resposta que eu mais queria ouvir há dias: "Ok, Mariana, seu 'fisto' foi 'concetito'" (versão português tabajara dos cônsules americanos, hehehe).
Agora, vamos à saga:
Cheguei no Consulado às 10h45 (com entrevista marcada às 12h), já que eu não podia sair de Santo André antes das 10h por causa do rodízio do carro do meu namorado. Na verdade, eu não ia sair mesmo tão cedo, já que tinham me dito que isso não conta muito. Um exemplo foi o carinha que estava atrás de mim na fila, que já estava rodando várias filas desde as 7h porque não poderia entrar mais de uma hora antes da entrevista – e saiu do Consulado uns 5 minutos antes de mim. Ou seja, garotada: aquele papo de que vc precisa madrugar na frente do Consulado não funciona muito, na prática.
A primeira fila tava num tamanho razoável, mas até que foi rápida. O que encheu o saco mesmo foi o sol, e que sol. Muuuuito calor, e eu, que já detesto usar camisa e sapato social, tive que fazer a preza pra pagar de menina séria, bem a contragosto. Mas valeu a pena. :-D
Bem, depois de várias filas, espera daqui e espera de lá, eis que chegou o momento da entrevista. Quando o painelzinho piscou a senha 572, meu coração batia mais que a bateria da Salgueiro. E ainda que eu fui encaminhada pra um guichê que tinha uma consulesa que era a cara da Condoleezza Rice. Eu pensei "ferrou-se tudo", mas ela foi muuuuito simpática. Aí vai a entrevista:
Consulesa: Boa tarde, Mariana.
Eu (sorrisão enorme e simpático pra fake Condoleezza): Boa tarde, tudo bem?
C: O que você vai fazer nos Estados Unidos?
E: Vou ser Au Pair.
C: Ok, Mariana, a partir de agora a entrevista será em inglês, certo? (e a partir daí foi tudo em inglês meeesmo). Me conta um pouco sobre a sua host family e a cidade que vc vai ficar nos Estados Unidos.
E: Vou ficar em uma cidade chamada Maplewood, em New Jersey, e vou cuidar de 2 crianças.
C: Qual a idade?
E: 6 e 7 anos.
C: O que vc faz atualmente no Brasil? Trabalha? Estuda?
E: No momento eu não estudo, mas trabalho como revisora de textos em uma agência de propaganda e faço trabalhos freelancer pra editoras também.
C: Ah, vc já é graduada, então? Que curso fez?
E: Sim, fiz Letras.
C: Ok, ótimo. E o que pretende fazer quando voltar ao Brasil?
E: Quero continuar trabalhando como revisora, começar a trabalhar como tradutora e fazer uma pós em tradução.
C: (mexe na papelada, olha daqui, olha de lá, e volta a falar em português) Mariana, seu inglês é ótimo, vc está pronta pra ir pros Estados Unidos. Visto concedido!
Uuuuuuh! Eu fiquei toda cheia quando o meu inglês recebeu elogios dela! Fiquei feliz mesmo!
Obrigada pelas good vibrations, meninas! Eu tava mesmo precisando, foi mto útil. ;-)
E agora, molecada, é só esperar pelo visto em casa. Agora ninguém me segura mais! Êêê!!
Agora, vamos à saga:
Cheguei no Consulado às 10h45 (com entrevista marcada às 12h), já que eu não podia sair de Santo André antes das 10h por causa do rodízio do carro do meu namorado. Na verdade, eu não ia sair mesmo tão cedo, já que tinham me dito que isso não conta muito. Um exemplo foi o carinha que estava atrás de mim na fila, que já estava rodando várias filas desde as 7h porque não poderia entrar mais de uma hora antes da entrevista – e saiu do Consulado uns 5 minutos antes de mim. Ou seja, garotada: aquele papo de que vc precisa madrugar na frente do Consulado não funciona muito, na prática.
A primeira fila tava num tamanho razoável, mas até que foi rápida. O que encheu o saco mesmo foi o sol, e que sol. Muuuuito calor, e eu, que já detesto usar camisa e sapato social, tive que fazer a preza pra pagar de menina séria, bem a contragosto. Mas valeu a pena. :-D
Bem, depois de várias filas, espera daqui e espera de lá, eis que chegou o momento da entrevista. Quando o painelzinho piscou a senha 572, meu coração batia mais que a bateria da Salgueiro. E ainda que eu fui encaminhada pra um guichê que tinha uma consulesa que era a cara da Condoleezza Rice. Eu pensei "ferrou-se tudo", mas ela foi muuuuito simpática. Aí vai a entrevista:
Consulesa: Boa tarde, Mariana.
Eu (sorrisão enorme e simpático pra fake Condoleezza): Boa tarde, tudo bem?
C: O que você vai fazer nos Estados Unidos?
E: Vou ser Au Pair.
C: Ok, Mariana, a partir de agora a entrevista será em inglês, certo? (e a partir daí foi tudo em inglês meeesmo). Me conta um pouco sobre a sua host family e a cidade que vc vai ficar nos Estados Unidos.
E: Vou ficar em uma cidade chamada Maplewood, em New Jersey, e vou cuidar de 2 crianças.
C: Qual a idade?
E: 6 e 7 anos.
C: O que vc faz atualmente no Brasil? Trabalha? Estuda?
E: No momento eu não estudo, mas trabalho como revisora de textos em uma agência de propaganda e faço trabalhos freelancer pra editoras também.
C: Ah, vc já é graduada, então? Que curso fez?
E: Sim, fiz Letras.
C: Ok, ótimo. E o que pretende fazer quando voltar ao Brasil?
E: Quero continuar trabalhando como revisora, começar a trabalhar como tradutora e fazer uma pós em tradução.
C: (mexe na papelada, olha daqui, olha de lá, e volta a falar em português) Mariana, seu inglês é ótimo, vc está pronta pra ir pros Estados Unidos. Visto concedido!
Uuuuuuh! Eu fiquei toda cheia quando o meu inglês recebeu elogios dela! Fiquei feliz mesmo!
Obrigada pelas good vibrations, meninas! Eu tava mesmo precisando, foi mto útil. ;-)
E agora, molecada, é só esperar pelo visto em casa. Agora ninguém me segura mais! Êêê!!
Dia V
08:56 da manhã, em pleno dia V, e eu aqui em casa esperando dar o horário da liberação do bendito rodízio pra me mandar pro Consulado. Documentação toda separada, roupinha social impecável e passadinha em cima da cama (fato raríssimo), agora é só me encher de coragem pra não gaguejar durante a entrevista. Pressão! Uuuuuh!
É isso aí, galeura. Depois da maratona eu volto aqui pra contar como foi (e mostrar que o Dia V não é nenhum bicho papão, se Deus quiser!!). Hey, ho, let's go!!
É isso aí, galeura. Depois da maratona eu volto aqui pra contar como foi (e mostrar que o Dia V não é nenhum bicho papão, se Deus quiser!!). Hey, ho, let's go!!
quarta-feira, 5 de março de 2008
Ache os 50 filmes de terror. Viciante? Imagina!
Da série "Porque nem só de papelada e ansiedade vive uma Au pair".
O joguinho é até meio antigo, mas é um ótimo vício pra entende um tiquinho de cinema. Quando o MMs lançou a versão Dark, bolou o seguinte jogo: numa pintura, estão escondidas várias pistas pra 50 títulos de filmes de terror – algumas são meio óbvias (tipo o MMs bamboleando com o anel = "The Ring"), mas a maioria não é não. Ah, e é em inglês, o que já ajuda pra dar AQUELA treinada. Quer uma dica? Quando estiver jogando, deixe a tela do iMDB aberta pra socorrer com os nomes em inglês que vc não conhece ou não lembra. Pronto, já falei demais! Agora é só clicar aqui e jogar!!
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